domingo, 20 de abril de 2014

Intuição.




Minha intuição não falha, é certa. Nem sei se é intuição mesmo, ou algum outro tipo de atividade cerebral, sei que posso farejar a tempestade se armando, parece que posso ouvir, como ondas os ditos alheios. É assim: o corpo dói,  o pensamento fica suspenso num descompasso, e não consigo me movimentar com harmonia. Pequenas coisas vão se juntando, palavras soltas capturadas na atmosfera, uma fome crescente de respostas pras perguntas que aparecem quentes e borbulhantes.
Então a coisa toda explode, e tudo o que me resta fazer é respirar, apenas respirar.
E sempre vai ser assim, com sensibilidade ou não, o que nos resta é respirar. Constância é uma palavra que rima com respiração. De repente quero saber se a lua respira, se ela pressente, se é pega de surpresa, e como se mantém sereníssima, mesmo que aparentemente.
De repente meus opostos param e detonam o caminho percorrido, ao menos tenho essa vantagem, em segundos detono o que passou, salvo uma ou duas coisas que precisam de um pouco mais de tempo pra virar aprendizado, a maioria das coisas é um prédio velho pronto pra ser implodido ou um velho barco a ser incendiado.

Nos destroços sempre sobram espinhos e uma ou outra flor. Isso basta pra continuar, respirar, e sentir o conhecido perfume no ar.